Pairar




passo a tarde
conceituando a subjetividade
como movimento
do peso dos dias

a contemplação
como sentar no jardim num dia chuvoso
e respirar
sentindo a agonia querendo ficar,
enquanto vai saindo
com o ar

e tendo a sensação de que a compreensão
será alívio. mas que não vem,

e enquanto espero,
arrumo a vida, pretendo tudo.
relembro máximas de eus se expandindo

o desfecho não vem,
o alívio perdido numa neblina que não é minha
nada acontece
só a expiração                       pontual.

a travessia é cada dia mais dolorosa.