o tempo percorre o desalinho
de não ser contido
pela apatia da falta de trato
da falta de anseio
o tempo percorre o afeto
de pedir consolo
de um abraço perdido no quase
da conversa que acontece no longe, do acontecimento agora.
o tempo se esmiuça
no lapso de uma lembrança secreta
rememorada em cinco segundos de passagem entre uma rua e outra
em que a presença se desbotou até ser ausência completa
o lapso da lembrança que alcança a falta de acontecimento
o tempo vai se fazendo unidade,
variando conforme a expansão.
(santa teresa, r. aprazível, rio de janeiro. agosto 2014)
Minha irmã não escreve poemas
e acho que nem vai de repente começar a escrever poemas.
Puxou isso da nossa mãe, que não escrevia poemas,
e do nosso ...
