da lembrança da presença do amigo
resta um silêncio ocre
tal como o que ele sempre assumia
quando falavam como algo corriqueiro
da vivência do odeon
ou a vivência do filme rodado em casa
viver o filme é necessidade
tudo cessava quando a experiência de um filme se fazia
tudo desligava na presença da imagem-som
o silêncio que resta continua a cena
num plano-sequencia infinito
nostalgico, sem tempo como se conhece
o tempo inexiste na falta.
dissipa até ser nada
ser um espaço de possibilidade
um lugar ermo que se somente rememora.
(Manuel Álvarez Bravo, *Os agachados*, 1934)
"Perceber que não nos esgotamos nas posições que ocupamos é perceber que
existem coisas mais importantes do ...