capitular

Ana tem um pai que grita,
agoniza
Ela lembra imagens de quando o pai vivia
Mas agora, nem importa seu aaaaaa, o lamento, o cuidado constante...
O pai vegeta

Ana tem uma mãe que controla
envelhece 
Ela tenta, em vão, escolher sua roupa
Mas a mãe proíbe, nada de revelações, ombros ou coxas a mostra
A mãe a cerca, de todos os lados

Ana quer sair pra rua e brincar
Mas então dizem que agora Ana é moça
E a brincadeira que Ana quer brincar é coisa de menina
sair pra rua, pular, pular, pular amarelinha
Ana até brinca (brincadeira de moça)
brinca bem demais
(é inconsciente)
brinca de atrair os olhares passantes
voluptuosos e sinuosos olhares
tais como a silhueta de Ana,
que avulta, avulta, avulta e
passa

Ana tem o olhar avoado
o olhar é o que brinca
Não consegue olhar firme, olhar fixo, o olhar de Ana voa
(Ana ganhou a brincadeira? Aprendeu a brincar, então?)
Ana apenas distrai brincando
o objetivo de Ana desconheço
ainda não emergiu dos tantos
'não use esse decote' da mãe.