do caminho reto,
cheio de uns poucos
cheio de sombras e silêncio
da rodovia vazia,
a rodovia inacabada
que leva os sonhadores ao mar,
só sobrou a imagem borrada,
sobrou a memória
em movimento
rápido
(memória de quem passa,
quem pode dar vida ao sonho
esquece)
das casas sozinhas
ruindo com o tempo
o vento, a falta,
à beira das montanhas
tão azuis,
perdidas na vastidão do verde
que tenta emergir,
tenta continuar vivendo,
o fruto de uma recente chuva
na secura do cerrado.
das árvores de tronco retorcido
que sempre parecem
tão dramáticas:
seus galhos escurecidos
são mãos estendidas,
pedindo clemência.
por favor, água.
(*Manuelzão, Personagem de Guimarães Rosa, *1995*, *Márcio Scavone)
“Por si, ele nunca dera uma festa. Talvez mesmo nunca tivesse apreciado uma
festa ...