As casas são recordações
Lembranças que são
fixas fortes pedras
As casas passam tempos
Passam mais que dias
passam de vossa mercê a você
passa cada mudança do que é eterno
As casas vão envelhecendo e
virando história
perdendo acentor, acenos
matizes símbolos barroco traços
As pedras me fazem alegria
Ou tristeza solidão vazio
É muita dor nas pedras, nas casas
Que ressoa nas ruas,
Na cidade
Mas casas perecem
Casas acabam ruindo
Casas que somem num vazio sólido no centro da cidade
História se dissipando
Tudo é prédio.
Tudo é esquecimento
Novidade
Junto das casas eu esqueço quem a cidade é
A cidade é um ser que pulsa
rápido frenético
Nem pensa em quem se é
A cidade é, mesmo não sabendo
"Não tem altura o silêncio das pedras"
A cidade não sabe porque dissipa as casas velhas
Pede esquecimento
Mas a cidade não esquece:
A memória da casa repousa no solo.