Guardar


o som sinuoso de sua gaita
aflorou famigerado
inundou todos os
espaços os
espasmos os
espantos

doce amargo seco ss
sibilante
Reconfortava,
dizia don’t think twice its all right
à chegada daquilo que antes era
silêncio, preenchido agora com melodia
O caótico espaço do pensamento – a nebulosa onde nada é necessariamente delimitado -
mal conseguiu reter
a abstração
Forçar o signo a ser signo
(não existem idéias preestabelecidas)

apenas o silêncio das Idéias Confusas não concretizadas, precisadas e decompostas
em imagem ou
som
silêncio que torna-se impressão, sentir
puramente
existindo

a impressão foi o som, o sim, o diálogo cotidiano que ficou pra trás calado por palavras não ditas e significado que se perdeu na falta de precisão e timidez
a impressão foi o som, vivo e concreto
ritmando aquilo que surge
e desvanece sem tornar-se
unidade
entidade
realidade
Tornar-se abstração, sentimento: é erro
Externar, mesmo que desgastante, é
fazer eterno (enquanto dure, a folha, o papel ou o público)
O sentir só realiza-se em palavra
A palavra torna o fugidio palpável
Mal recorda-se o sentir guardado, sigiloso
depois que passa